Por Josie Conti
A temática da aceitação do diferente e da inclusão do deficiente sempre é uma constante entre educadores e psicólogos, entretanto, a realidade mostra que a teoria só tem resultados efetivos quando é aplicada de forma multifatorial. Não basta estimular, é preciso amar. Não basta amar, é preciso acreditar. Não basta acreditar, é preciso realmente aceitar e, só então, os progressos virão no tempo possível.
Assim aconteceu com a peixinha Dory que na animação “Produrando Dory”- (Finding Dory, 2016-Disney•Pixar ), dirigida por Andrew Stanton e Angus MacLane, mostra um percurso de reencontro com sua família, consigo mesma, e com o seu valor e potencialidades.
Treze anos após o estrondoso sucesso de “Procurando Nemo” e um ano depois de Marlin encontrar Neno na lógica da animação anterior, Dory começa a ter pequenos “flashbacks” sobre sua família de origem. A vivência dessas memórias a impede de continuar como está e uma busca por eles é inevitável: ela sente saudades, muitas saudades.
Desta vez, Nemo e Marlin entram como coadjuvantes da história, mas nunca como figuras menos importantes uma vez que eles, apesar das dificuldades, amam e acreditam em Dory.
Então surgem as perguntas, contidas na sinopse original do filme, e que serão respondidas pela nova história: O que ela consegue se lembrar? Quem são seus pais? E onde ela aprendeu a falar Baleiês?
Mas, para além disso, ficam as lições que Dory nos deixa através de suas jornada:
Dory entende que não consegue guardar informações por muito tempo e que, poucos segundos após ouvir algo, já se esquece. A memória recente é responsável pela capacidade de reter, por alguns segundos, um número limitado de informações. São aquelas informações que nós guardamos por alguns segundos apenas para fazer escolhas ou tomar decisões. Para Dory, não conseguir guardar essas informações fazia com que ela se perdesse em caminhos e no fluxo de seus pensamentos o tempo todo.
Uma vez que Dory, sua família e amigos, sabem exatamente quais são suas dificuldades, é possível elaborar estratégias para que ela possa ser “ajudada” a se lembrar. A animação deixa claro o quanto o emocional está envolvido na retenção de memórias que não se perdem (memóricas de longo prazo) e como alguns estímulos podem desencadear as lembranças.
Em ambas as frases há associação emocional: a figura amada da mãe é associada às conchas assim como conchas são associadas a “voltar para casa”, caso tenha se perdido.
Assim como cegos possuem o tato e a audição mais apurado, a animação mostra que Dory desenvolveu uma capacidade de se adaptar às situações de dificuldade. Ela é simpática, ela fala com todos, ela procura ajuda, e, em um momento em que Marlin (pai de Nemo) reflete, depois de ter sido injusto com ela, percebe que ela é ousada e valente , pois ela é capaz de achar formas criativas e loucas de continuar.
Dentro de Dory existe a estrutura de ter sido amada e estimulada em seus potenciais quando pequena. Ela sabe que deve continuar e não desistir nunca.
Dory está com Marlin e Nemo, mas descobre que falta algo e que precisa encontrar sua família. Quando encontra sua família, percebe que não pode viver sem Martin e Nemo e imediatamente se lembra deles. A família está onde nosso coração está e Dory sabe bem disso. Família é quem amamos e quem nos ama, é quem cuida de nós e com quem nos preocupamos e cuidamos. Família são aqueles que nos ajudam a superar nossas dificuldades e enfrentar o mundo e, com um olhar diferente, seguir.
_ Prestem muita atenção no curta de alguns minutos que passa antes do filme começar. Ele também fala de superação de dificuldades de um filhote chamado Piper que inicia sua jornada de independência: é belíssimo.
__E Não saiam do cinema antes de ver os créditos…tem um extra no final com o “Geraldo”!!!
Aproveitem! Josie
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Bom site
nossa, sem palavras...