Por Josie Conti
Dizer que alguém está “solteiro” é uma maneira popular de definir as pessoas que não estão vivendo um relacionamento estável, seja ele um namoro, morar junto ou a instituição do casamento propriamente dita.
Inúmeros fatores podem influenciar para que uma pessoa esteja sozinha. Todos envolvem a história pessoal de cada um, mas alguns pontos que poderiam ser pensados são:
– Existem as pessoas que estão solteiras, mas que buscam frequentemente mudar essa situação. São aquelas que estão abertas e procurando uma relação;
– Existem pessoas que não se julgam merecedoras de amor e mantém uma estima tão baixa que nem percebem que não criam oportunidades para que um “outro alguém” as perceba como um potencial parceiro (a) amoroso (a);
– Existem pessoas que saíram de outros relacionamentos anteriores e que ainda não se julgam aptas para iniciar um novo ciclo, pois ainda estão organizando em si o fechamento emocional dos ciclos anteriores;
– Existem ainda outras pessoas que têm intenção de se relacionar mais seriamente, mas estão em momentos de suas vidas em que priorizam sua energia para estudos, estabilização financeira e trabalho.
Atualmente já não existe a exigência cultural tão marcada para que as pessoas mantenham relacionamentos convencionais.
Tanto homens quanto mulheres costumam trabalhar e possuem capacidade para batalhar pelo seu próprio sustento. Possuem também planos individuais de vida e trabalho que podem não necessariamente envolver uma relação afetiva estável.
Sabemos que, mesmo assim, ainda não existe um total encorajamento social para que as pessoas mantenham-se por conta própria. Mas essa realidade não é mais vista como uma aberração como já foi vista no passado.
“Solidão é ausência do outro; solitude é sua própria presença.” Osho
– Elas aprenderam que não precisam escolher um par por mera convenção social e que hoje podem se sustentar, frequentar lugares como restaurantes e cinemas mesmo estando sozinhas sem que isso seja considerado algo descontextualizado ou pejorativo.
– Elas entenderam que, depois de um longo tempo de relacionamento, podem estar interessadas em uma nova forma de se relacionar com o mundo. Com a possibilidade dos divórcios, por exemplo, não são raras as pessoas que saem de relações longas. Mesmo assim, optam por uma realidade sem vínculos mais próximos;
– Elas conhecem o valor da própria companhia. Possuem hobbies pessoais, respeitam melhor a própria individualidade, aprenderam a ter prazer na solidão e em seus próprios pensamentos e sonhos sem que isso as torne amargas ou seja motivo de vergonha. Elas falam sem nenhuma inibição que optaram por isso.
– Elas reconhecem o lado bom de estar com alguém e não são avessas a companhia, entretanto também não veem no outro a solução para alcançar a felicidade, pois sabem que a felicidade não será encontrada no outro como uma fórmula mágica ou enredo de conto de fadas.
– Elas podem investir mais em outras relações familiares assim como podem nutrir relações de amizades mais íntimas e profundas;
– Encontram também, como descrito pela escritora Sara Maitland ,
“…o desenvolvimento de gostos pessoais, da originalidade, da gestão do tempo e da independência de pensamento e ação. Suspeito que aumenta a autoestima, além do senso de competência e capacidade. Na verdade, acaba por ser muito boa para a saúde, pois reduz o estresse e, portanto, a frequência cardíaca e a pressão arterial. Dormir sozinho melhora a qualidade do sono e dos sonhos. Mas a maior surpresa é a descoberta de que sozinho você é, de fato, uma pessoa interessante, com muitos recursos inesperados.”
As pessoas que são solteiras por opção sabem que em um momento ou outro podem entrar em um relacionamento, pois reconhecem que a questão mais importante não é estarem sozinhas ou com alguém e sim estarem bem consigo mesmas.
Imagem de capa: Women in Painting, by Xi Pan
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