Por Diego Brígido
Não há razão nas coisas do coração. Adoramos clichês como este para justificarmos – a nós mesmos – que quando o coração toma a frente, a razão emudece. Talvez no começo, sim, seja uma verdade. Talvez no começo, sim, nossos batimentos cardíacos estejam bem mais acelerados do que as sinapses em nosso cérebro. Talvez no começo, sim, o coração seja soberano. E isso tudo caracteriza a paixão. As palavras se atropelam, os sentimentos se estapeiam, dá vontade de ligar, mas dá mais vontade ainda de receber a ligação. Dá vontade de falar um monte de coisas, e ao mesmo tempo falta assunto. No começo, sim.
E então vem o relacionamento, aquela coisa complicada entre duas pessoas que nos faz sentir tanta saudade de quando era “apenas paixão”. A paixão, afinal, não tem compromisso, não tem regras. O relacionamento, este sim, exige que a razão se imponha. Não se sobreponha, mas se imponha. Coração e cérebro estão juntos nesta empreitada. E assim tem de ser. Não há relacionamento que dure sendo ele passional demais ou racional demais.
Numa relação estão implícitos muitos outros sentimentos e tantas outras atitudes. O relacionamento – seja ele namoro, casamento ou junta-escova – é construído com respeito, admiração, cumplicidade, conversa (muita conversa), querer-bem, tolerância (muita tolerância), humildade e, claro, tesão, muito tesão. Afinal, é a pessoa que você escolheu pra viver ao seu lado, constituir família e conviver com suas qualidades e defeitos. E por isso, a razão tem que dar as caras nesta história. Porque o coração, ao primeiro golpe, amolece.
A relação exige que ambos se entreguem, e que brilhem juntos. Não há um que é mais e um que é menos no relacionamento amoroso. Há o que sabe de umas coisas e o que sabe de outras. E o ideal é que umas e outras sejam compartilhadas. E virem muitas. Lá no final, quando não houver mais sexo, são essas umas e outras que vão manter os corações acalentados.
O relacionamento estremecido abala o coração e mexe, também, com a razão. Quando um dos dois, no casal, sente-se só – ainda que acompanhado do outro – há algo errado. Certamente não há mais relação, não há mais razão. E como pode ficar bem um coração abandonado pela razão? Acredite, ele não dá conta.
É hora de repensar. Re-pensar! E neste momento, o melhor é que o coração não atrapalhe, afinal ele já está fragilizado demais. E se lá no começo, quando da paixão, ele era o soberano, agora a senhora razão reina absoluta. E assim será melhor pros dois.
E se ela entender que não existe mais relação, mas apenas convívio, pule fora. Não há mais razão para continuar. O coração vai logo atrás. E logo encontrará uma nova razão… pra sonhar!
Para ler mais do autor acesse o espaço do autor na Obvious.
Se você é fã de histórias apaixonantes e da fórmula que consagrou Nicholas Sparks como…
Se você está à procura de um filme que mistura sensibilidade, poesia e uma boa…
Uma infância marcada por mimos excessivos pode deixar marcas duradouras na personalidade de um adulto.…
Alguns hábitos podem parecer apenas peculiaridades do cotidiano, mas segundo estudos psicológicos e pesquisas científicas…
O envelhecimento é um processo inevitável, mas não linear. Recentemente, cientistas do Primeiro Hospital Afiliado…
Fim de ano é sinônimo de renovacão. Enquanto muitos fazem balanços pessoais, é também um…