Pilar Ochoa Mendez
Quando eu era estudante universitária, o padre que ensinava Teologia fez uma declaração em minha turma que nos deixou com medo: “Com os anos de ministério que eu tenho – começou enfaticamente – há uma coisa que posso lhes dizer: quase todos vocês terão sérias dificuldades em seu casamento, infidelidades e divórcio.” Nossa resposta imediata estava entre descrença e raiva, como ele podia dizer isso? Então ele continuou: “Quem, dentre os presentes, quer ser parte da minoria que tem um casamento pleno e feliz? E, mais importante, quem está disposto a fazer o que é preciso para isso acontecer?”
De nenhuma forma Padre Santiago estava sendo inocente, com o passar dos anos fico cada vez mais convencida da veracidade e poder de suas palavras. Ele não nos falou sobre um casamento fácil e livre de problemas, desafios que podem parecer impossíveis: ele falou sobre lutar por aquilo que acreditamos e, como diz o ditado: “Tudo o que vale a pena, custa”.
Por que os casamentos fracassam?
De acordo com a firma de advocacia britânica Slater & Gordon, um casal passa 24 meses e 12 dias pensando em divórcio antes de tomar essa difícil decisão. Ele ou ela discutem a possibilidade com familiares e amigos, lutam durante meses para recuperar o casamento, mas muitos fracassam. Entre os motivos que levam ao divórcio o estudo cita a infidelidade, falta de felicidade, falta de amor ou comunicação, discussões frequentes, inclusive problemas financeiros. Mas como então outros casais, com mil problemas similares, conseguem manter-se unidos e até mesmo felizes? Como eles conseguem reviver seu casamento?
O que é que realmente faz os casais se separarem?
Será que nunca estiveram verdadeiramente juntos? Será que não estavam prontos para se casar? O amor não some, mas a paixão sim. Com poucas exceções, os casamentos acabam porque não começaram da maneira certa, porque ele e ela não sabiam a magnitude do compromisso que aceitaram no dia de seu casamento.
Quase todos os votos matrimoniais dizem mais ou menos a mesma coisa: “Eu, aceito você como minha/meu esposa/o. Prometo ser fiel nos bons e maus momentos, na saúde e na doença. Amá-la e respeitá-la todos os dias de minha vida.” Mas, o que isso significa? Vamos por partes:
Nesse momento, não há exceções, “eu a aceito enquanto você não tiver mau hálito ou engordar.” Quando aceitamos, aceitamos tudo o que somos e o que podemos nos tornar.
Poderão ser amigos, namorados, companheiros, cúmplices, enfermeiros, amantes: são cônjuges, aceitaram ser o par um do outro, um papel que mais ninguém na vida deve tomar, nem seus pais, chefes, melhores amigos, muito menos os filhos. Somos verdadeiramente o par de nosso cônjuge?
Tampouco são feitas exceções à fidelidade: “serei fiel enquanto você for magra”, “serei fiel enquanto me sentir escutada”. Ambos prometem ser fiéis, e a fidelidade implica que apenas os dois compartilhem aspectos íntimos no aspecto físico, emocional e espiritual. A infidelidade pode começar quando um compartilha com outra pessoa emoções, preocupações, questões íntimas que só correspondem ao conhecimento de nossa esposa ou marido.
Se aceitam por completo, inclusive se amanhã um dos dois desenvolver um vício ou doença, por mais incapacitante que essa possa ser. Se amanhã se tornarem milionários ou precisarem ajustar seu estilo de vida a uma situação econômica mais limitada. Ninguém promete que a vida não será difícil, mas que apesar dos pesares, irão se manter fiéis. Quando as coisas estão difíceis, às vezes simplesmente devemos estar presentes.
Existem votos que dizem, “prometo suportá-la mesmo que sua forma de ser me irrite”? Em quantos casamentos parece que o casal apenas tolera um ao outro durante os anos? Até que, naturalmente, um dos dois se cansa. Sim, o amor é como uma planta, nem sempre nos mostrará seus melhores frutos, pois para isso é necessário atenção e cuidado diário, constante, firme. Lembremos que amar é uma decisão na qual podemos permanecer firmes, apesar de qualquer dificuldade. Uma frase que pode resumir a promessa do verdadeiro amor é “me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais precisarei.”
O amor, se não for para sempre, não é amor. É paixão, ilusão ou emoção. Se quando se casaram um dos dois tinha reservas mentais sobre a duração do casamento, é hora de discutir sobre isso com total franqueza. É um fato que os casais que se casam “enquanto tudo funciona”, estatisticamente, são muito mais propensos ao divórcio do que a um casamento duradouro e feliz.
Uma vez eu ouvi na televisão, com bastante ironia, que a primeira causa do divórcio é o casamento. Hoje eu acredito que seja um casamento que não seja pleno, no qual um dos dois não saiba a importância do compromisso que é o casamento. É a mais importante jornada da vida. Às vezes é a mais difícil. Mas sempre é a mais bonita.
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