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Aos 25 anos, você tem mais amigos do que em todo o resto da vida

Jantar na casa de alguém, cinema, barzinho, balada. Para fechar, um cafezinho. Aos 25 anos, a gente poderia ter uma agenda só para planejar toda a nossa vida social. Se você já se sentiu assim, afogado pelos amigos, saiba que não é o único: uma pesquisa da Universidade de Aalto, na Finlândia, indica que nesta faixa etária as pessoas alcançam o pico de sociabilidade – ou seja, o máximo de amigos que você vai chegar a ter na vida. Depois disso, a tendência é que os círculos sociais diminuam aos poucos, até minguar quase completamente depois dos 60 anos.

No estudo, foram usados os registros das ligações de celular feitas por 3 milhões de pessoas, em um país não especificado da Europa. As identidades dos participantes foram preservadas, e o conteúdo das conversas não entrou na pesquisa, já que o foco era o número e a frequência das ligações feitas em cada faixa etária – e por cada gênero.

Os pesquisadores concluíram que, aos 25 anos, as pessoas fazem mais ligações para pessoas diferentes do que em outras fases da vida. E esse seria um dos indicadores de uma vida social muito ativa. Os homens, de acordo com os resultados, têm mais conexões do que as mulheres: a lista telefônica deles é mais diversificada, enquanto elas, em geral, ligam com mais frequência para as mesmas pessoas – em particular para os namorados ou namoradas.

Toda essa sociabilidade tem um motivo. Nessa idade, as pessoas ainda são jovens, sem filhos e boa parte já se formou na faculdade. Sem as aulas, acabam tendo mais tempo livre, mesmo trabalhando, já que não precisam mais gastar tempo (do fim de semana ou depois do estágio) para fazer coisas como estudar para provas. Ou seja: além da energia para sair e socializar, há mais tempo livre para fazê-lo. Outra hipótese é que, nessa fase, as pessoas comecem a sair mais para procurar parceiros sérios, com potencial para formar uma família. Nessa busca, elas saem mais fazem cada vez mais amigos.

Mas isso passa – goste você ou não. A partir dos 30 anos, o número de amigos começa a cair, e diminui bastante até os 40. É que, nessa época, boa parte das pessoas já se casou, teve filhos… e a velha energia e tempo que sobravam aos 25 anos, agora, começam a faltar. E os casados também desistem de sair por não terem mais aquele motivo anterior: a vontade de achar um parceiro. Aí saem menos e perdem algumas relações que só se sustentavam por causa do rolê.

Na faixa dos 40, a quantidade de amigos para de diminuir, teoricamente porque as pessoas já estão com a vida um pouco mais estável, sem crianças muito pequenas. A amizade entre famílias também tem um papel importante para manter o tamanho dos círculos sociais nesse período. E aí, a partir dos 60 anos, o número de amigos começa a minguar de novo: as pessoas nessa faixa etária parecem ser as mais isoladas, já que fazem menos ligações, para menos pessoas diferentes, do que todos os outros grupos – algumas chegavam a telefonar apenas uma ou duas vezes por ano. Embora os mais velhos tendam a usar menos o celular para se comunicar, os números são muito menores, por exemplo, do que as ligações feitas por pessoas na faixa dos 40 anos.

A amizade é indispensável para uma vida saudável, e foi importantíssima para a evolução humana e para a nossa organização em sociedade – além de liberar hormônios que ajudam a, entre outras coisas, aumentar nossa autoestima. Então, antes de reclamar que não param de te convidar para sair, lembre: é só uma fase. Aproveite seus amigos!

Autora: Helô D’Angelo – Revista Superinteressante

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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