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Amor deveria ser um bem comum.
Amor deveria ser grátis. Deveria ser fácil, leve e solto. Tal qual espontaneidade de bicho do mato.
Amor deveria ser cachoeira de águas cristalinas, que dá de beber a quem se aproxima. E deveria também ser terra fértil, pronta pra quem quiser cultivar com as próprias mãos. Deveria ser como o mar, a planta, a areia que nasceu neste planeta muito antes de nós e não há cerca que pudesse forjar uma obrigação, uma definição, uma possessão. Sem drama, sem decisão.
Amor não deveria ser público e nem privado, porque não pertence a nenhuma empresa e nem ao estado. Amor vem da terra, vem do mato, vem na gente antes de saber falar e entender, antes de conhecer a carga pesada da palavra ‘amor’.
Amar não deveria ser livre. Porque amar é a própria liberdade em si.
Todo mundo deveria ter direito ao amor, porque amor que é amor não exclui.
Amor não deveria ter cor, raça, nação… Amor deveria ser cego, surdo, mudo e pobre. Tão rico quanto uma alma solta, tão farto como uma floresta e seus encantos, tão fácil quanto a vida antes dos significados.
Amar deveria ser pomar em território de ninguém.
O amor não deveria deixar uns desnutridos e outros empapuçados.
O amor não deveria ser dividido, pensado, organizado, catalogado, exigido, ignorado. O amor deveria ser apenas compartilhado. Pega-se o que se quer, dá-se o que se tem.
Amar não deveria exigir que a gente fosse melhor do que ninguém pra poder merecer o que já é nosso por essência!
Amar é só energia de cura, de carinho, de compaixão. É deitar num ombro sem saber qual a razão.
É uma expressão de beleza dos olhos, de uma verdade das mãos.
Amor é bom, amor está antes e além de tudo o que convém.
Amar alguém só pode fazer bem.
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