Nunca gostei muito da expressão “no começo tudo são flores”. Sei lá, acho que soa como uma espécie de banho de água fria. Você está lá, no início de algo maravilhoso, mas vem alguém e te diz que depois tudo vai ficar ruim. Que as coisas vão desandar. Principalmente quando se trata de relacionamentos amorosos.Com certeza todo mundo já ouviu essa frase e até já passou por isso de verdade. Mas acho que devemos enxergá-la apenas como um alerta e nunca, jamais, deixá-la fazer sentido em nossos relacionamentos.
A gente precisa cuidar de quem está ao nosso lado (e isso não pode ser sinônimo de fardo, aliás, se cuidar de uma relação que você mesmo se permite estar, é algo degradante, algo precisa ser revisto, não acha?!). Muitas vezes cometemos o grande erro de achar que isso só deve ser feito no início da relação. Perdemos o interesse em saber como foi o dia do outro, em ouvir os desabafos, os medos, os sonhos, os planos. Algo que no início acontecia naturalmente e não gerava nenhum incômodo, se torna um peso, um momento de impaciência.
Não tenho muita experiência com relacionamentos, confesso, e também não estou aqui querendo dar lição de moral, jamais. Mas parto do princípio de que uma relação vai se desestabilizando na medida em que o interesse pelo parceiro e pela própria relação cessa pouco a pouco. Não falo de interesse sexual – o que importa, claro-, mas coisas simples que vão se perdendo com o tempo, causam estragos enormes.
A ausência de um elogio, uma surpresa em datas não especiais, uma visita inesperada, uma declaração via Whatsapp-caso a presença física no momento não seja possível (ora, a tecnologia quando bem usada, pode ser uma aliada enorme haha)-, uma palavra amiga, um conforto, um “não se preocupa, eu estou contigo”, uma disponibilidade para conversar e ouvir o parceiro, afinal, a falta de diálogo é como ser detento em uma prisão na qual você mesmo permitiu que as grades fossem colocadas. Gestos pequenos podem ser os maiores alicerces de qualquer relação. Olha, momentos ruins sempre irão existir, brigas são inevitáveis, porém, é preciso aprender, dia após dia, junto com o parceiro, a lidar com tais situações.
Se você escolheu viver ao lado de alguém e compartilhar sua vida com ele, que se tenha o maior esforço possível para que as flores sejam plantadas no início e regadas a todo instante para que não murchem e morram. Dê atenção, cuidado, tenha paciência, generosidade, releve o que puder ser relevado e converse o que não da para ser “engolido” e dê ao parceiro a liberdade necessária para que ele também se sinta a vontade para fazer isso. Abrace e beije com a mesma frequência que era no começo. Relembre, sempre que necessário, os motivos que te fizeram estar ali, com aquela pessoa. Demonstre através das palavras e gestos o quanto o outro é importante para você. Porque, meu caro, eu acredito que, sim, as flores podem até possuir espinhos, mas quando os dois estão dispostos, eles (os espinhos) jamais serão suficientes parar destruir todo o jardim.
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