Maria, o tempo voa.
Eu sempre ouvia isso quando era criança, mas não conseguia imaginar como seria esse tempo com asas. Das coisas que eu quero te ensinar, talvez essa seja uma das mais importantes.
Esse tal tempo é tão veloz, que já dá até pra ver os primeiros sinais dele na lateral do meu olhar quando eu sorrio exagerado, como nas vezes que estou ao seu lado. Ah, quem me dera se todas as rugas que eu tiver for por sorrir assim!
Você nasceu com esse dom de nos alegrar pois, além da graça de ser chamada de Maria, você também é Clara, que ilumina nossas vidas todo dia.
É por isso que mesmo sabendo que o tempo corre e sem medo se apressa em passar, fico aqui contando os dias para de novo te abraçar.
Essa é outra coisa que pretendo te contar: quando o assunto é saudade, o tempo parece congelar. Sei que é contraditório esse tempo que às vezes voa e em outras custa a passar, mas esse mistério da vida, minha querida, nem sua tia pode explicar.
A mim cabe apenas a paciência exercitar, para que em poucos dias outros sorrisos como esse eu possa dar…
Imagem: Katie Andelman
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