Há um livro que gosto muito que se chama “O ano do pensamento mágico”. Ele é o primeiro de uma série de dois livros (o segundo se intitula “Noites azuis”), e conta a história real da autora, Joan Didion, do momento em que subitamente perde o marido _ tomando vinho durante o jantar _ até o ponto em que tem que reorganizar e refazer toda a sua vida sem ele. Paralelo a isso, uma nova etapa tem que ser vencida quando a única filha do casal vem a falecer de uma doença rara e desconhecida.
O livro é uma pancada de realidade nua e crua, e nos leva a refletir sobre o sentido de continuar vivendo e buscando alternativas quando todo o norte de nossas vidas se vai. Logo no início do livro, as frases iniciais dão o tom exato dessa narrativa: “A vida se transforma rapidamente. A vida muda num instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia acaba de repente”.
A vida se transforma a todo momento. Nossos dias são bagunçados continuamente, e temos que resistir de alguma maneira. Temos que atravessar nossas bagunças diárias para alcançarmos a porção de nós que ainda conserva a calmaria e a paz. A porção de nós que é um rio de águas mansas, apesar de todo barulho do lado de fora.
Todos nós, com raras exceções, já passamos por sustos _ pequenos ou grandiosos_ assim. Viradas bruscas no curso de nossas existências que nos abalaram por completo no início, mas que depois nos permitiram reavaliar o chão em que estávamos pisando.
Alguns lutos são maiores que outros. Mas ainda assim, existe uma semente, enterrada bem no fundo de nosso cerne, que pode florescer novamente. Essa semente tem voz, e nos fala que somos capazes de encontrar algum resquício de sentido no meio de tantas perdas, dificuldades e falhas.
Talvez você goste de cantar, talvez prefira pedalar. Pode ser que goste de escrever, ou de alguma forma escolha ler. Talvez você se encontre ajudando alguém, talvez perceba a sorte que tem.
Descobrir a porção intacta de nós mesmos leva tempo e algum auto conhecimento. Mas ela está lá, esperando ser explorada, como um estepe para momentos vazios.
A porção intacta representa o combustível na hora de virar o jogo. A força por trás de toda dor, capaz de nos levantar de novo. A esperança, nos bastidores da tristeza, capaz de nos impulsionar para outros voos. O desafio de nos tornarmos o melhor que podemos ser com o pouco que restou.
Que a gente descubra que é maior que aquilo que nos faz mal. Que a gente tenha esperança mesmo quando a vida toma um rumo diferente daquele que a gente pensou que pudesse ser o nosso final. Que a gente aprenda que todos temos uma porção intacta, e é através dessa porção que podemos recomeçar de que jeito for. Que a gente não perca a fé, mesmo quando tudo não conspira a nosso favor. Que a gente encontre o cerne de toda alegria e o centro de toda poesia. Que a gente esteja aprendendo continuamente, e resistindo bravamente. E que a gente consiga voar, mesmo quando o mundo parece desabar…
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Eu adoro ler, em especial esses livros que nos fazem refletir sobre a vida e seu sentido.
Adorei, um beijo!
http://www.casarsemdesleixar.com.br/
É isso aí, parabéns pela força que tens e consegues passar pra nós. Esse carinho que você tem com a vida será sempre a sua fortaleza. Fica em paz! Beijos! Hilda
Uau! Parabéns!
Sensacional!
Quanta força! Quanta garra! É isso aí...essa reflexão tem muito a ver com Vitor Frankl, quando ele mostra que o mundo exterior pode desabar, mas quando você está firme com Deus, o seu interior é Forte, não desaba!.
Parabéns!
Que bom que gostou, Gracielle! Obrigada pela leitura e por comentar! Irei visitar seu blog tb, bjs!!!
Obrigada Hilda! Que bom ler isso e ficar em paz com suas palavras! Obrigada, beijos!!!
Mãezinha querida: Obrigada por ser a primeira leitora de meus textos, e por me ensinar através de sua vida a resistir com fé em Deus! Amo vc! Bjs!!!
Lindo texto , "Que a gente não perca a fé , mesmo quando tudo não conspira a nosso favor"...
Perfeito Fabíola , se morássemos na mesma cidade eu ia praticamente te obrigar ser minha amiga rssss, aquela amiga pra tomar um café da tarde e absorver palavras boas que motivam...
Seu texto me inspirou hoje, e adoro os livros que você cita, com certeza vou ler.
Beijos
Bravo Fabíola!! Sempre me identifico e me encontro em seus belos textos. Nos momentos de dificuldades é complicado entender algumas situações.. Mas depois entendemos alguns acontecimentos em nossas vidas. Continue sendo sempre essa inspiração.
Que saudade eu estava dos seus textos. Estava aguardando ansiosa o próximo após o ocorrido com suas páginas. Fiquei muito triste com o aconteceu, adorava tudo, mas eu tinha certeza que você retornaria. E retornou lindamente. Belas palavras, sempre nos passando lições para a vida toda. A tempestade sempre passa, e sempre vem o arco-íris, o sol, o outro dia, a nova oportunidade.
Espero que tudo volte ao normal logo.
Beijos!
Conheci seus textos por um comentário seu no Instagram do Carpinejar. Entrei na sua página de lá, li, gostei, comecei a seguir por lá e pelo Facebook. Muito do que você escreve são reflexões que eu vinha fazendo soltas, mas que ganham sentido quando você as costura com seu talento singular para a escrita. O que fizeram com você foi uma violência! Retirar de você esse canal que te aproxima com seu leitores sem justificativa. Esses meios que foram tecidos feito rede, dia a dia, foram uma conquista gradual e contínua. Não silencie! Precisamos de bons autores e essa é sua essência, veja só o olhar que lançou sobre essa tormenta. Lembre - se que eles passarão e você, passarinha!