Título original: Dúvida
Sábado meu filho tem uma festinha para ir, e no convite veio a sugestão: “traga roupa de banho para a piscina”. No mesmo instante, minha cabeça se encheu de dúvidas: mesmo sabendo nadar, não será perigoso? A piscina é funda? Haverá adultos tomando conta? Porém, todas as dúvidas foram dissipadas quando a mãe da aniversariante informou que a piscina é rasa e haverá dois monitores tomando conta. Respirei aliviada, mas passei meus temores para meu menino, que àquela altura decidiu que não queria mais ir. Tentei convencê-lo do contrário: será um momento bom entre seus amigos, uma maneira de interagir fora do ambiente escolar, uma tarde gostosa… e finalmente ele aceitou. Porém, quando ele finalmente concordou, a dúvida retornou pra dentro de mim, trazendo junto o medo característico das mães que querem seus filhos bem perto de suas asas.
Quando duvidamos, permitimos que o medo se entreponha entre nós e
nossas escolhas. Se não houvesse o medo_ e com ele todas as possíveis “catástrofes” decorrentes de uma decisão_ simplesmente escolheríamos e estaríamos em paz com nossos desfechos.
Mas nem sempre é assim. A tendência de “pensar no pior” nos anula e faz com que fiquemos impotentes diante de uma escolha.
Talvez devêssemos confiar mais. Estar abertos aos presentes da existência com a paz dos escolhidos. Permitir que a vida nos surpreenda para o bem com a certeza dos que creem num tempo de bonança e benfeitorias.
Em outubro tenho uma reunião em São Paulo. É algo que desejo muito, mas no fundo carrego dúvidas. Tenho planejado esse compromisso cheia de receios, e não me permito estar completamente feliz. E me pergunto: por que esta dificuldade de abraçar o que nos realiza? Por que este medo de avançar e chegar mais longe?
A dúvida é irmã do medo. E muitas vezes deixamos o medo ser o fio condutor de nossas vidas. Por que não acreditar que aquilo que queremos é aquilo que está destinado a nós? Por que duvidar da alegria, e mais ainda, da felicidade? Por que boicotar nossa realização?
Não é fácil afrouxar nossas defesas e deixar a vida nos conduzir com suas surpresas, novidades e acolhidas. Mas pode ser possível se permitirmos que a fé seja o nosso combustível. A fé que nos dá a certeza de que tudo concorre para nosso bem no final das contas. A fé que fecha as portas para o medo e nos autoriza ser felizes por inteiro. A fé que nos torna livres ao assumirmos nossas escolhas sem culpa, descobrindo que a dúvida pode ser a pior das prisões.
Escrevendo este texto, percebo que não posso podar as asas do meu filhote em razão do meu medo. Dentro de pouco tempo ele irá voar sozinho, e tenho que estar preparada para lhe dar segurança e certezas no decorrer do caminho. Se eu duvidar, ele fatalmente perderá a confiança dos que seguem de cabeça erguida, certos de seu lugar no mundo.
Que a gente aprenda a viver com fé. Descobrindo-nos além das dúvidas e incertezas, e percebendo-nos merecedores de um tempo de paz. Sem medo, somente esperança. Sem desconfianças, somente certezas. Sem limitações, somente voos livres…
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Parabéns, querida Fabíola.
Bela condução desta reflexão. A vida é feita de acertos e erros e por si mesma já é pesada. Levar a vida na fé, na confiança traz dias melhores para nós e para nossos queridos.
Aqui estou eu......quase chorando lendo seus textos......!
Sou sua fã Fabíola!
Que Deus abençoe ininterruptamente seu dom!!!
Querida tia: Que bom receber sua visita! Obrigada pela leitura e por comentar! Que a fé seja nosso motor, nossa esperança por dias melhores! Bjs!!!
Que linda você, Tatiane! Que bom receber seu carinho e saber que arranquei alguma emoção aí do seu lado! Que Deus a abençoe também! Bjs!!!