Tenho meus fantasmas. A parte de mim que se aterroriza diante da novidade e recua perante os desafios. A porção que carrega inseguranças e covardia. A parte de mim que se enfraquece diante do desconhecido e procura uma vida segura e muitas vezes menor.Não tenho medo de meus fantasmas, mas preciso transformá-los no que me agrada. Preciso urgentemente aliar-me a eles para juntos darmos os passos seguintes desta dança que só pode ser conduzida a dois.
Fácil seria fechar a porta e fingir que não existem interferências. Acender a luz do abajur interior e negar a presença daquilo que nos povoa tanto quanto a alegria.
Viver intensamente requer entrar em contato com quem somos intimamente, e isso inclui aceitar nossos fantasmas. Aquilo que não sobreviveu, mas ainda assim nos reprime perante os desafios. Aquilo que não vingou, mas ainda causa desconforto. Aquilo que não aconteceu, mas permanece deixando uma ponta de dúvida.Nem só de dor são feitos nossos fantasmas. Apesar da distância que quero deles, são eles que me dão humildade, me colocam de volta ao chão, à realidade que me cerca, ao que sou_ independentemente da chuva que molha minha grama no momento.
Poderia nomeá-los um a um, sem me dar conta que já não é culpa “deles” minha vida estar do jeito que está. Não são as fulanas e os beltranos os álibis para uma vida de incompletudes e imperfeições. Não há tempo para acreditar em bodes expiatórios que justifiquem nossa falta de disposição em sermos plenos e felizes. A hora é sempre agora, e já não importam mais os fantasmas. Eles sempre resistirão como sombras a nos lembrar que também temos deficiências, também não controlamos nada, também tentamos resistir bravamente ao mundo que nos cerca e desafia.
São nossos fantasmas que nos dizem que não somos de ferro. Que já caímos e iremos cair inúmeras vezes, e que a vida é imperfeita mesmo. Mas quem disse que tudo seria só bom?
Então tenho que concordar com Cony: “Tenho meus fantasmas, e os amo”. Eles me mostram que não há o que temer, pois o pior pode estar dentro de nós. E é lapidando o que somos que nos tornaremos pessoas melhores. Não tentando matar nossos fantasmas, mas entendendo que se este nosso metal sofre corrosões, é porque existe beleza não apenas no brilho, mas no contraste entre ferrugem e fulgor…
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Noooossa!!! não consigo nem dizer o que sinto com a sua escrita......sou sua fã!
Que texto maravilhoso!!!!
Oi Fabíola!
Como vai vc?
Hj resolvi tomar coragem para escrever umas linhas para vc, rs. Coragem porque, às vezes, tenho medo de ser tola nos elogios. E sim, quero elogiá-la e parabenizá-la por tocar tão fundo meus sentimentos com suas crônicas. Eu as adoro e, às quintas, fico esperando ansiosa pela próxima.
Parabéns pelo blog. Vc consegue dizer em palavras o que, tenho certeza, muita gente pensa sobre si mesmo, sobre a vida, sobre o dia a dia.
Cada texto é de uma sensibilidade incrível.
Sou sua fã.
Um beijo e um dia iluminado.
Ah, meu nome é Leticia e não sou mt boa com tecnologia por isso não sei como fazer para me identificar automaticamente no comentário.
Muito, muito profundo...
Querida Samia! Puxa, obrigada, de verdade!!! Bjs!
Obrigada Kelcia! Adorei, bjs!!!
Querida Letícia: que bom que acompanha o blog e espera as crônicas novas às quintas! Muito feliz que tenha tomado coragem _rsrs_ de me escrever! Adorei sua mensagem e o carinho que demonstra! Obrigada!!! Bem vinda aos comentários! Bjo grande!!!
Obrigada Ale! Que bom que leu e gostou! Bjs!!!
É Fabíola, todos temos fantasmas e muitas vezes, temos medo de os enfrentar, quanto mais de os aceitar. Isso é interessante, porque são os fantasmas que nos identificam.
Gostei muito do texto, obrigada, abraços carinhosos
Maria Teresa