O mesmo tipo de amor, aquele que
tinha vocação de eternidade e um dia se quebrou, também se quebrará na China, na Tailândia, numa travessa da Avenida Paulista, numa vila em Paraty.
O mesmo olhar que denuncia o primeiro lampejo de afeição será repetido inúmeras vezes em tempos distintos, existindo e se repetindo em cada canto, em qualquer instante, a todo momento.
O choro abafado no travesseiro, o gosto salgado molhando os lábios, a dor física dentro do peito e a noção avassaladora de que nunca mais será feliz de novo. O porre no bar, a garganta seca, a falta de fome. O fim se repetirá vezes e mais vezes, aqui ou a milhas de distância, numa sequência de dor e esperança, desafiando e persuadindo a seguir em frente.
O caderno de receitas amarelado pelo tempo, o ingrediente secreto de família, o prato principal que será perpetuado de geração em geração. A moça começando a cozinhar, a avó enchendo a cozinha de vapores do tempo. Todas as horas num só tempo.
A vitória no concurso público. A seleção para aquele cargo. O sucesso no vestibular. As alegrias permanentes ou passageiras, a satisfação de conseguir chegar lá.
O pedido de casamento, a chave ofertada como presente, as mãos entrelaçadas por tempo suficiente para se tornar memória palpável. O beijo roubado, o abraço compartilhado. O choro que lavou os dois, a distância que uniu mais. Aqui ou em qualquer outro lugar, em diferentes tempos, em espaços distintos, todos UM.
O silêncio que fala e fere, a distância intransponível dos que querem ser noite calada. O vazio que fica, em qualquer lugar, a todo momento, eternamente.
A criança que dorme enquanto sua mãe lê. As páginas virando história naquela varanda. O livro que será lido por muitas e muitas outras mães, mulheres, homens jovens ou maduros, em diferentes lugares, por diferentes motivos.
A vida se repete. Nós é que mudamos e damos um sentido diferente ao mundo que roda indefinidamente, insistentemente. Somos muitos. E apesar de não sermos os mesmos, vivemos histórias muito comuns. Somos originais, mas nossas histórias são universais.
A vida é clichê, quem muda somos nós.
"Foi então que uma amiga me recomendou o EMDR..."
O day trading é uma das formas mais dinâmicas e fascinantes de investimento, mas também…
Saiba mais sobre essa abordagem psicoterápica EMDR, prática reconhecida pela OMS e acessível também através…
Jane Austen, mestra em retratar as complexidades das relações humanas e as pressões sociais do…
Um estudo conduzido no Canadá trouxe à tona um fator de risco significativo para a…
View Comments
Delícia de texto!!! Reflexão pertinente!!!
Delícia de texto!!! Reflexão pertinente!!!
Maravilhoso!!! Saudades de ler Gabo que tanto devorei ao longo do tempo. É isso, apesar de nossas peculiaridades, somos apenas humanos.
A vida se repete, depende de nós repetir os mesmos papéis...
Boa reflexão, obrigada, feliz e abençoado final de semana,
abraços carinhosos
Maria Teresa
Obrigada Tânia! Que bom que gostou! Bjs!!!
Simone, obrigada pela visita e por acrescentar tanto! Gabo é demais, não é? Bjs!!!
Simone, obrigada pela visita e por acrescentar tanto! Gabo é demais, não é? Bjs!!!
Olá Maria Teresa! Depende de nós construir uma existência original! Abençoado fim de semana! Abraços carinhosos!!!
É sim! Tenho uma pequena coleção de livros dele. Bjsss!
Fabiola, você tem um jeito cativante de escrever !!Quando leio seus textos parece que voce esta falando para mim e sempre me faz refletir sobre os meus sentimentos e sobre o rumo que eu estou dando a minha vida.Parabéns e obrigada por compartilhar comigo.