Porém, para surpresa de todos que convivem com ela, está em pânico. Hoje, três dias depois da grande novidade, está depressiva e tenta desesperadamente reverter a situação.
Ainda não sei qual será o desfecho dessa história mas de repente me lembrei de um vídeo que assisti há algum tempo, a respeito da revolução da longevidade_ uma palestra ministrada pela atriz Jane Fonda _ que começa dizendo que hoje vivemos em média 34 anos mais que nossas bisavós.
Fica então a dúvida: O que fazer com essa nova etapa da vida que de repente se descortina à nossa frente?
Como lidar com nossos pais, amigos e familiares que hoje entram na maturidade ou o que quer que se denomine esse novo tempo?
De que forma conduzir esse “completo segundo período de vida adulta que foi adicionado à nossa expectativa de vida”?
Em julho viajei com minha família. No hotel que nos hospedamos havia outras famílias com filhos pequenos, principalmente bebês. A surpresa é que na maioria dos casos cruzávamos com senhores na faixa dos 65 ou mais, conduzindo carrinhos ou equilibrando bolsas gigantescas com pertences de bebês rosados e sorridentes. O interessante é que não se tratava do vovô, e sim do papai _ e isso ajudou a enxergar essa nova realidade:
O terceiro ato como mais uma etapa que começa; não um desfecho dos anos vividos.
Mas e aqueles que não desejam nem podem aumentar a família nesse período?
Como reinventar a vida e a si mesmo e ainda assim ser feliz, completo e assertivo no período determinado pelas três últimas décadas da vida?
A resposta pode estar no “Chapéu Violeta”.
Pra quem não se recorda, o conselho é de Mário Quintana _ seguido à risca por uma turma conhecida que acaba de entrar no terceiro ato.
Perto delas, ainda sou menina e me divirto só de olhar. Mas sigo acreditando na fórmula e desejando a mesma disposição, desprendimento e alegria quando chegar minha vez.
A gente se inspira nessas garotas. Porque a vida se encarregou de lhes mostrar dores, sacrifícios, angústias e solidão.
Mas elas entenderam algo fundamental: O que importa não são os tombos que você leva, e sim como você reage a eles.
Jane Fonda cita em sua palestra Viktor Frankl_ um psiquiatra austríaco que passou 5 anos num campo de concentração nazista e autor do livro “Em busca de sentido”_ Ele escreveu que enquanto estava no campo de concentração, poderia dizer, se eles fossem libertados, quais pessoas estariam OK e quais não estariam. E a resposta não estava no físico. A resposta estava na forma como cada um reagia ao que estava acontecendo.
E ele escreveu isso:
“Tudo o que você tem na vida pode ser tirado de você exceto uma coisa: sua liberdade de escolher como você responderá à situação.”
É isso que determina sua qualidade de vida.
É isso que significa ser livre.
E essas garotas do chapéu violeta _ um grupo charmoso do qual minha mãe faz parte_ resolveram juntar suas dores e transformá-las em alegria. Em cor, riso e parceria.
Seguem literalmente com seus chapéus violeta e ensinam _ a mim que inicio o segundo ato_ a viver, a encerrar um ciclo, a recomeçar.
A reagir com delicadeza, fé e esperança.
A sugar da vida o que ela ainda pode proporcionar, mais ou menos como aquela misturinha gostosa que a gente vai deixando no prato só pra saborear com vontade no final… entende?
Quanto à minha amiga, acredito que o que a assusta nesse momento é a introdução ao terceiro ato, como se a aposentadoria fosse um rito de passagem_ algo como as formaturas, o casamento, os diplomas_ mas que seja leve, que encontre motivos para se divertir mais, que reformule as combinações neurais e encontre rotinas menos desgastantes e mais amorosas consigo mesma.
Que compre uma bicicleta, cultive um jardim, se arrisque na dança de salão ou assista a “Mamma mia” e se delicie com “Dancing Queen”…
Enfim, que “ponha um chapéu violeta e vá se divertir com o mundo!!!”
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Muito bom seu texto. Realmente é uma nova "geração" que passou a fazer parte dos novos tempos.
filme bom. idéia boa. obrigado.
Texto incrível, acolhedor.. e inspirador. E vamos todos rumo ao terceiro ato com alegria e um chapéu violeta na cabeça rs. bjs